O Zoroastrismo é uma antiga religião persa, que consiste na ideia principal do dualismo constante entre duas forças, representando a luta entre o bem e o mal.
O Monoteísmo e o Dualismo
Também conhecida por Masdeísmo, esta religião teria sido fundada pelo profeta Zaratustra (conhecido também como Zoroastro), em meados do século VII a.C, após este ter supostamente presenciado a figura de um “ser de luz”, que se apresentou como Ahura Mazda (o equivalente à Deus, para os cristãos). Zoroastro exerceu um papel de reformador do padrão religioso da época, que consistia predominantemente no politeísmo. O zoroastrismo é essencialmente monoteísta (doutrinas que seguem apenas um Deus, no caso - Ahura Mazda) e dualista (existência do bem e do mal). Enquanto que Ahura Mazda era visto como uma divindade, Aritmã (Ahriman), que consistia na representação do mal, era interpretado não como um deus, mas como uma energia negativa, responsável pelas doenças, mortes, desastres naturais e tudo o que estiver relacionado com o negativismo.
Segundo teria sido revelado a Zoroastro, esses dois deuses viviam em luta. O fim dos tempos seria marcado pela vitória de Mazda contra Aritmã. Por isso, as pessoas deveriam escolher o caminho que queriam seguir, sabendo que mediante as suas ações poderiam ir para o inferno após a sua morte.
Os imperadores eram os representantes do Deus Mazda na Terra, de modo que assim, era possível garantir a subjugação (dominação) do povo ao governante do império.
O Profeta Zaratustra
O nome da religião surge em decorrência do seu fundador, o profeta Zoroastro (628 a.C. e 551 a. C.), também conhecido como Zaratustra, o qual, fundindo as crenças populares com os seus ensinamentos, deu origem ao Zoroastrismo.
Zoroastro era um padre a quem foram feitas revelações divinas quando ele tinha 30 anos. Recebendo essas revelações, ele começou a pregá-las e logo ganhou inimigos, tais como os Karpans que mantinham costumes que contradiziam os ensinamentos de Zoroastro e os Kawis, que também se opuseram a ele. Em decorrência disso, foi perseguido e teve de fugir da sua terra natal.
Assim, surge uma lenda que diz que Zoroastro curou o cavalo de um governante, o qual teria permitido que o profeta pregasse livremente no local em que governava, o nordeste da Pérsia. Deste modo, Zoroastro conquistou milhares de seguidores e difundiu a sua crença. Curiosamente os sacerdotes zoroastristas eram chamados de magos, palavra que surge a partir do grego ‘magikos’. A religião, todavia, não se baseia em tradições mágicas.
Símbolos & Características
Os símbolos são importantes características do Zoroastrismo. O Faravahar ou Ferohar é o principal símbolo dessa religião (representação no Infobox), que representa a alma antes do nascimento e após a morte.
O fogo é outro elemento importante para os seus crentes. O deus do bem é adorado mediante o fogo sagrado que é mantido acesso pelos sacerdotes nos templos zoroastristas. Com o intuito de se proteger da inalação dos gases produzidos por esse fogo, os seguidores do Zoroastrismo usam máscaras brancas. A cremação não era permitida para os crentes do Zoroastrismo, pois o fogo era considerado sagrado. Eles acreditavam que a técnica de queima de cadáveres poderia contaminá-lo.
Outra característica particular do zoroastrismo é a presença dos Amesha Spentas (“Imortais Sagrados”), que representam manifestações espirituais de Ahura Mazda e personificam elementos abstratos, como:
- Vohu Manah, representando os animais;
- Asha Vahishta, representando o fogo;
- Spenta Ameraiti, representando a terra;
- Khashathra Vairya, representando o céu e os metais;
- Hauravatat, representando a água;
- Ameretat, representando as plantas.
O zoroastrismo foi substituído como religião predominante na atual região do Oriente Médio a partir do século VIII d.C., com a queda do Império Sassânida, quando passou a vigorar o Islamismo. Porém, atualmente, ainda existem alguns seguidores do Zoroastrismo naquela região, sendo predominantemente constituídos de indianos. Entre outras características da doutrina de Zaratustra está a crença na imortalidade da alma, a vinda de um Messias Salvador, a ressurreição dos mortos e do Juízo Final. Várias destas características ajudaram a influenciar não apenas o cristianismo, mas também outras religiões como o judaísmo, o maniqueísmo e o islamismo.
Observações
- O Zoroastrismo e o Cristianismo tem um grande número de coisas em comum; Os seguidores do Zoroastrismo acreditam na ressurreição dos mortos, bem como acreditam que haja o paraíso, o purgatório e o inferno, tal como é pregado no Cristianismo. Da mesma forma, essa religião acredita na profecia do fim dos tempos.
- O Avesta é considerado o livro sagrado do Zoroastrismo e, assim como a Bíblia para os cristãos, consiste no agrupamento de diversos textos sagrados escritos por diferentes autores e em períodos de tempo distintos.
- A principal diferença entre o Avesta e a Bíblia, no entanto, está no fato do primeiro ser predominantemente formado por orações e poucas narrativas. No Avesta, o Livro de Gathas é considerado um dos mais importantes, pois consiste em 17 cânticos sagrados compostos pelo próprio Zoroastro.