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De acordo com as crenças Tibetanas, um Tulpa é uma criatura materializada pelo pensamento humano, que deve servir ao seu criador. Imagine que você tenha um poder de concentração energética e/ou meditação tão forte que seus pensamentos tomem uma forma física, este é o conceito Tulpa.

Em grande parte dos casos, o Tulpa tende a desaparecer com a morte de seu criador, mas há relatos de algumas criaturas criadas com tanta vontade que acabaram sobrevivendo. Os Tulpas podem ser tanto do bem, quanto do mal, isso irá depender muito da forma como a manifestação é criada.

As Formas-Pensamentos

Por volta de 1890, o conceito de "Formas-Pensamentos", que já era amplamente conhecido, foi estudado e aprimorado pela Teosofia. O novo conceito adquirido se referia a qualquer forma (animada ou não) manifestada a partir de um pensamento, de forma proposital ou não.

Embora ainda não tivesse sido relacionado diretamente às Tulpas, estas Formas-Pensamentos eram definidas de forma bem próxima à que seria imputada posteriormente às Tulpas Tibetanas.

As Formas-Pensamentos são corpos compostos de Matéria Astral ou Ectoplasma. Possuem uma existência independente do magista, e são externas ao mesmo. Podem ou não ser vistas por outros magistas, no plano astral ou mesmo no plano físico, sendo perceptíveis também por um ou mais sentidos. Além disso, podem ser moldadas, criadas e destruídas de acordo com a vontade de seu criador, bem como influenciadas por outros adeptos da arte mágica.

Dons Adormecidos

Quando crianças nossas mentes são mais abertas e, consequentemente, nossa imaginação mais fértil. Com o passar do tempo, a confusão desse "mundo adulto” e as ancoras da “realidade” atam nossa mente. Nós perdemos grande parte de nossas criatividades e capacidade de imaginação.

A entidade criada é uma Forma-Pensamento consciente de si mesma. É também denominado como um elemental artificial. Um fragmento da imaginação somada a vontade de seu criador, dotado de vida e consciência própria e encarregado de uma função. Esta entidade terá como meta de existência o cumprimento ou desenvolvimento da tarefa designada. Desta forma, sua vida-útil se encerra junto a tarefa e a entidade deve ser eliminada.

Manter uma entidade sem objetivo viva é algo realmente perigoso. Ao tomar consciência da ausência de razões para existir, ela tentará achar uma por si só, normalmente vampirizar a energia de quem a criou, tornando a vida de seu criador um inferno, isso poderia explicar algumas alucinações, que são como descargas magnéticas pensantes.

Podemos criar um bom exemplo; Imagine que por algum motivo você colocou na sua cabeça que existe um monstro dentro do armário do seu quarto, você alimenta tanto esse medo, que inconscientemente estará canalizando descargas magnéticas para os átomos, você fica acreditando tanto nisso, que algum dia você pode acabar vendo essa criatura, porque de tanto alimentar essas descargas, você acabou criando algo que não existia ali.

Aparições de Tulpas

A primeira documentação extensamente publicada de uma ocorrência caracterizada como Tulpa, ocorreu na Golden Dawn, por volta de 1930. Na ocasião, Dion Fortune afirma ter criado um Elemental Artificial, que seria similar a uma Forma-Pensamento, porém possuindo atuação independente após sua criação pelo magista. De acordo com ele, o elemental criado tinha a forma de um Lobisomem Ectoplasmático e ele costumava dormir aos pés de sua cama, se alimentando da raiva que Fortune sentia por outra pessoa.

Quando Dion Fortune percebeu que a criatura estava se tornando excessivamente poderosa, tentou realizar um banimento, sendo ameaçada com rosnados, mas após algumas tentativas conseguiu reabsorver a manifestação

Outro caso envolvendo Tulpa aconteceu por volta da década de 1960, quando outra praticante de magia, Alexandra David-Neel, também teria criado uma Forma-Pensamento que a auxiliasse. Após extenso treinamento com os Monges Tibetanos, conhecendo as teorias acerca das Tulpas Orientais, David-Neel mentalizou um frade tibetano rechonchudo que a acompanhava nos lugares e auxiliava nos estudos mágicos. Porém, este ser teria começado a aparecer sem ser evocado, e teria começado também a ser visto pelas pessoas ao seu redor, tendo adquirido senciência independente da magista.

Com base principalmente nestes dois casos documentados, a figura da Tulpa passou a ser conhecida, e o termo foi aplicado a Formas-Pensamento que saíam de controle. Vários ensaios e livros ocultistas ou mesmo de ficção foram escritos sobre o assunto, ajudando a disseminar essa lenda urbana.

Criaturas que podem ser consideradas Tulpas

Eventualmente, as histórias alcançam um patamar de influência sobre a psiquê coletiva, os episódios retratam lendas, que mesmo comprovadas que são falsas, por serem muito difundidas acabam ficando gravadas no inconsciente das pessoas, e podem se manifestar em momentos de vulnerabilidade psicológica e espiritual, como no estágio entre o sono e a vigília, ou em situações de estresse emocional.

  • Slender Man - Em 2009, o autor do site Something Awful, começou a publicar relatos sobre uma entidade chamada Slender Man, que aparecia na forma de um ser branco e alto, de terno, e possuía tentáculos com os quais caçava sua vítimas em florestas. A entidade se alimentaria do medo das pessoas. Apesar de se tratar apenas de uma CreepyPasta, não demorou muito para que surgissem vários relatos de avistamentos no mundo inteiro.
  • Bicho Papão - A clássica lenda do Bicho Papão, na verdade pode-se tratar de uma espécie de Tulpa, já que ele possivelmente remete-se à uma criação inconsciente das crianças, que quando permanecem sozinha no escuro, ficam assustadas o suficiente para alimentar o medo, afim de criar esse monstro.
  • Monstro do Armário - Outra lenda clássica que pode ser atribuída ao conceito Tulpa.
  • Amigos Imaginários - São nada mais que manifestações criadas pelas próprias crianças.

Eu posso criar uma Tulpa?

Como já citado, sabe-se que existem Tulpas que são boas manifestações, e que não estão ali pra te conturbar, e sim pra te fazer companhia; Sendo assim, você realmente pode criar uma se quiser, desde que saiba o que está fazendo.

Primeiramente você precisaria ter certeza de que quer ter uma Tulpa antes de começar a criá-la. Não apresse essa decisão. Pense nela com a mesma seriedade com que pensaria em ter um filho. As culturas alegam que uma Tulpa é uma companheira para o resto da vida, sendo assim, criá-la é uma grande responsabilidade, além do fato de que você precisa ter um certo conhecimento envolvendo espiritualidade, já que se não souber manusear o mundo espiritual de maneira correta, você pode acabar criando uma manifestação maligna.

As lendas sugerem que você até pode se livrar da Tulpa depois de criá-la, mas lembre-se de que ela é uma manifestação com personalidade e ideias próprias. De acordo com as culturas, tirar uma Tulpa de sua vida é o mesmo que matá-la, então, por favor, pense bem antes de fazer!

Passo 1: O Planejamento

Comece planejando sua Tulpa, pensando na forma ou na personalidade que você quer que ela tenha. Você não precisa tomar nenhuma decisão permanente, já que ela provavelmente não vai ser idêntica ao planejado. Você precisa também criar a aparência física da Tulpa, se você é bom com artes tente fazer um desenho dela, senão, apenas tente visualizá-la em sua mente.

  • IMPORTANTE: Não se baseie em pessoas reais, vivas ou mortas para criar uma Tulpa.

Caso opte por basear sua Tulpa em um personagem, lembre-se de que ela é uma entidade independente que apenas compartilha da mesma aparência de alguém da ficção.

Já uma boa forma de pensar em uma personalidade é fazer uma lista de traços que você gostaria que ela tivesse, e depois que você pensar em uma aparência física, você pode ler a lista para a Tulpa ou meditar sobre os itens por alguns minutos para incuti-los nela. Algumas pessoas preferem pular a etapa de criação da personalidade, portanto, a Tulpa irá desenvolver uma personalidade por conta própria, que pode ser bem diferente do que você tinha imaginado para ela.

Passo 2: A Visualização

Sente-se, feche os olhos e imagine a Tulpa. Olhe para ela de todos os ângulos possíveis e tente visualizar todos os detalhes da aparência dela. Tenha paciência e não se apresse, lembre-se de que algumas partes podem ser difíceis de imaginar e de que você pode fazer isso da forma que preferir. Ao visualizar a sua Tulpa, você pode imaginá-la em um local vazio, em um lugar imaginário ou parada bem na sua frente.

Experimente passar as mãos pelos detalhes do corpo de sua manifestação. Após concluir esta etapa você será capaz de sentir a forma física da Tulpa com eficácia, mas lembre-se de que não é possível tocá-la como se ela fosse uma entidade física sólida, caso tente você vai atravessá-la com as mãos.

  • Você também pode associar alguns cheiros à sua manifestação se quiser, como um perfume, logo quando ela estiver por perto, você pode reconhece-la pelo cheiro.

Você precisa também imaginar como essa manifestação anda e se move. Pense nos gestos, e por fim, nas expressões faciais. Há um ponto interessante em que você pode criar um lugar imaginário para trabalhar na sua Tulpa e para servir de casa para ela. Você também pode ir para lá: basta se imaginar ao lado da Tulpa. No lugar imaginário, você pode fazer tudo que quiser. O mundo é todo seu. Isso é ótimo para quando você está em lugares movimentados, como no meio de uma multidão, ou fazendo coisas como andar de bicicleta. Nessas situações, pode ser difícil visualizar a Tulpa ao seu lado, logo, o lugar imaginário pode servir de local de descanso para ela até que você consiga visualizá-la outra vez.

  • IMPORTANTE: Deixe a Tulpa arrumar o mundo imaginário. Assim como você, ela também tem o direito de transformá-lo, bem como a tudo que existe dentro dele.

Passo 3: A Interação Espiritual

Dependendo da ocasião, você pode falar com ela em voz alta, caso esteja em público, você pode falar com ela através de formas-pensantes sobre qualquer assunto. Pode ser coisas simples, como o clima, sobre o seu dia no trabalho, ou na escola, sobre os seus amigos, sobre o seu programa de TV favorito... Desde que você fale diretamente com a Tulpa, está tudo bem. O processo é gradual, e claramente pode ser difícil entender o que ela está dizendo. As Tulpas nem sempre começam a conversar falando frase inteiras.

  • Esta dica é opcional, mas você pode usar um método de imitação ou de controle da Tulpa. Embora algumas pessoas achem essas técnicas controversas, outras acreditam que elas podem ajudar a desenvolver a entidade e encorajá-la a se comunicar. Caso não saiba se a resposta que ouviu foi sua ou da sua Tulpa, sempre presuma que foi dela.

Depois que a sua Tulpa começar a falar, escolha uma voz para ela, caso ela ainda não tenha desenvolvido uma por conta própria, você pode criar uma voz completamente nova, mas é bem mais fácil escolher uma que você conheça bem o suficiente para imaginar dizendo qualquer coisa.

Passo 4: A Consciência da Manifestação

Aqui você precisa descobrir se a sua Tulpa é consciente. Feche os olhos e diga que você está abrindo a mente para ela, tente imaginar ela entrando por uma porta em seu subconsciente até chegar às suas memórias, sentimentos e tudo o que torna você uma pessoa única. Não faça isso de imediato, espere até construir uma relação de confiança com a Tulpa, pois em alguns casos pode ser perigoso. Alguns sinais de consciência são os seguintes:

A Tulpa usa frases longas ao se comunicar com você e tem opiniões próprias. Também pode ser que ela se comunique de outras formas, como através de emoções. e que faça coisas que você não estava esperando.

Cultura Pop

  • Em livros do escritor H. P. Lovecraft, criaturas como os Tulpas são descritas por ele como ”Shoggoths”, pois segundo o autor, antes do surgimento dos seres humanos, o mundo era habitado por alienígenas. Essas criaturas podiam adquirir qualquer forma para executar cada função específica. Assim como os Tulpas, os Shoggoths tiveram rompantes de consciência e se rebelaram contra seus criadores, resultando em uma guerra que acabou com parte da população.
  • O livro “Magic and Mystery in Tibet”, de Alexandra David-Neel, fala sobre as experiência da escritora com os Tulpas. Segundo Alexandra, a criação de um Tulpa trás consigo algumas consequências, pois depois de formada, esta criatura tem vontade própria, se desenvolve como qualquer indivíduo e pode ficar violenta e até mesmo matar o seu criador.
  • A criatura já foi retratada no episódio "Hell House" da série "Supernatural", de acordo com a mitologia da série, um Tulpa é uma materialização física de um pensamento, resultando na criação de um ser ou um objeto, sendo criada quando muitas pessoas se concentram em uma coisa enquanto olham para um Sigilo Espiritual Tibetano. Uma vez criado, um Tulpa assume uma vida própria e já não precisa de pessoas que acreditam nela.

Observações

  • Não conte para ninguém sobre a sua Tulpa, a não ser que tenha certeza absoluta de que ela será aceita. Algumas pessoas podem achar que você tem uma doença psiquiátrica, como a Esquizofrenia, muito embora esse não seja o caso.

Fontes de Pesquisa

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