Conhecidas mundialmente, as sereias são seres metade mulher e metade peixe, elas são criaturas capazes de induzir a paixão em marinheiros desvairados com o seu encanto afim de atrai-los para a morte.
Existem muitos mitos na Grécia Antiga sobre as sereias, vale ressaltar que nos primórdios elas eram descritas pelos gregos como metade mulher e metade pássaro, porém, durante o desenvolvimento do mito, acabou passando por leves mudanças na Idade Média que permanecem até os dias de hoje.
A Crise de Abstinência
A origem se remete ao conto de que elas seriam mulheres que deixaram Afrodite muito indignada com seus hábitos, pois Afrodite era a deusa do amor e essas mulheres desprezavam os prazeres sexuais da carne, sendo assim Afrodite teria decidido transformar seus corpos da cintura pra baixo em aspectos de aves, fazendo com que se tornassem incapazes de usufruir do desejo carnal, este seria o motivo pelo qual as Sereias atraem homens em seu encanto, pois já que não podem usufruir dos prazeres da carne, elas literalmente preferem devorar os homens.
A Odisséia
A mais antiga referência as sereias está no livro Odisséia, de Homero, que conta a história de Ulisses que era rei da Ilha de Ítaca e se juntou a outros gregos na guerra contra Troia, mas depois que eles vencem a guerra, Ulisses e seus homens acabaram passando incríveis aventuras tentando voltar pra casa navegando pelo Mediterrâneo. Cada capítulo da Odisséia, narra uma situação que Ulisses enfrentou, até finalmente conseguir voltar pra casa, para seu reino e para sua esposa Penélope.
O capitulo XII narra que Ulisses e seus homens nesta jornada tentando voltar pra casa, iriam navegar próximos a Ilha de Capri, uma ilha rochosa cheia de sereias. Ulisses sabe que as sereias tem um poder de encanto sobre os homens e eles iriam acabar jogando o navio contra as pedras, e todos morreriam. A saída de Ulisses foi colocar uma cera que tapou os ouvidos dos marinheiros enquanto passavam nos arredores da ilha. Contudo Ulisses não colocou nenhuma tapagem no seu próprio ouvido, todavia ele pediu para ser amarrado no mastro da embarcação, e deu ordens que só fosse desatado quando tivessem concluído a passassem por aquela ilha. O texto disse que enquanto passavam próximos a ilha, Ulisses ouviu as Sereias e gritava desesperadamente para ser desamarrado, mas seu homens não o ouviam, assim como também não ouviam as sereias que encantavam Ulisses. Assim Ulisses foi capaz de ouvir o canto da sereia e sobreviver.
Características
Geralmente as Sereias possuem a cabeça e um torso de uma mulher, uma cauda de peixe, porém, algumas podem ser representadas com caudas de golfinho, essas musas marinhas também possuem pentes e espelhos como acessórios.
As Três Filhas de Aqueloo e Melpómene
Conta-se também que haviam três sereias que eram irmãs e filhas de Aqueloo com Melpómene, seus nomes eram Partênope, Leucósia e Lígia, e que cada uma delas obtinham seus apetrechos, Partênope gostava de dedilhar com a sua lira, a Leucósia gostava bastante de cantar e eventualmente junto de sua gaita campestre e a Lígia gostava muito de tocar suas duas flautas.
A Sereia de Fiji
Trata-se do episódio da maior farsa de todos os tempos envolvendo os mitos de sereias, esse feito aconteceu durante o Século 19, e a circunstância tratava-se do suposto primeiro exemplar da criatura mitológica, tal foi exposta por Phineas Taylor Barnum na Broadway, em 1842.
Exemplar da Sereia de Fiji
Em meados de Julho de 1842, um jovem cavalheiro conhecido como Dr. J. Griffin, chegou a Nova York com uma curiosidade notável: uma sereia de verdade supostamente capturada perto das Ilhas Fiji, que é um país que fica localizado no Sul do Pacífico. A imprensa estava esperando por ele, pois durante todo o verão eles estiveram recebendo cartas do médico descrevendo sua sereia. Ao chegar no hotel, os repórteres estavam esperando-o, pedindo para ver a sereia. A contragosto, o homem mostrou a criatura, que convenceu a todos com a sua “autenticidade”. E após isso, o empresário Phineas Taylor Barnum visitou os principais jornais da cidade, onde explicou que estava tentando convencer o Dr. Griffin para exibir sua sereia em seu museu. Infelizmente, o médico não estava disposto a fazê-lo. Barnum ofereceu aos jornais o uso de uma xilogravura, que pra quem não sabe é uma técnica de fazer gravuras em relevo sobre madeira, esta envolveria uma bela e seminua sereia. Os jornais, cada um pensando que tinha o desenho exclusivo, aceitaram a oferta e em um pleno Domingo, dia 17 de Julho de 1843, xilogravuras de sereias apareceram em todos os jornais. Simultaneamente, Barnum distribuiu dez mil cópias de um panfleto sobre sereias por todas a cidade.
Com toda essa publicidade, a curiosidade para ver a Sereia de Fiji foi o tema principal das conversas de toda a cidade. Todos queriam ver por si mesmos. Diante desta situação, Dr. Griffin concordou em exibi-la durante uma semana no Concert Hall, na Broadway. Enormes multidões apareceram na exposição, e Dr. Griffin deu palestras para multidões sobre suas experiências como um explorador, contando também suas teorias envolvendo a história natural. Essas eram um tanto peculiares. Por exemplo, seu principal argumento era de que as sereias deveriam ser reais uma vez que todas as coisas na Terra também existiam no oceano: como cavalos marinhos e leões marinhos. Desse modo, deveríamos assumir que também há, em suas palavras - “humanos marinhos”.
O Terror da Broadway
Essa era a Sereia de Fiji
O exemplar exposto na Broadway ficou conhecido como a Sereia de Fiji, e assombrou uma grande porção de pessoas no Século 19, a criatura do museu atordoou visitantes que esperavam ver um indivíduo de aparência deslumbrante, mas que na verdade, se destacava em uma feiura formidável.
O jornal da época chegou a relatar o ocorrido: “Nós nunca mais conseguiremos relatar, mesmo em poesia, a beleza das sereias, nem cortejar uma delas mesmo em sonhos, pois a senhorita Fiji é a própria encarnação da feiura”. Não muito menos suspeito, a Sereia de Fiji não se passava de uma bela de uma isca para arrancar dinheiro de turistas curiosos. A verdade é que esse exemplar era apenas um artigo de taxidermia criado a partir de uma cabeça e torso de macaco juntamente à um rabo de um peixe.
Obviamente que o resultado dessa excêntrica combinação, era horrenda o suficiente para desassociar a imagem de moças graciosas envolvendo a tese no conceito de seres mitológicos do mar, para qualquer um que avistasse o espécime exibido no museu.
No episódio "Humbug" de The X-Files, houve inúmeras referências à criatura
A Sereia de Fiji na Cultura Popular
Apesar de ser reconhecida como uma das maiores fraudes de todos os tempos, a Sereia de Fiji jamais abandonou o imaginário popular e chegou até mesmo a aparecer em produções do Cinema e da TV nas últimas décadas.
No cinema, um dos personagens de “A Casa dos 1000 Corpos” é assassinado e transformado em uma das bizarras criaturas depois de ser empalhado. E na TV, algumas séries que variam desde "Arquivo X" até programas voltados para o público infantil, como "Scooby-Doo!" "Mistério S/A" e "Gravity Falls", os quais fazem pequenas menções à criatura em alguns episódios.
Hipótese do Macaco Aquático
Esta é uma teoria desenvolvida por cientistas que tentam fielmente provar a existência das sereias, a teoria da "Hipótese do Macaco Aquático" aborda o conceito de ancestrais que seriam próximos dos humanos e que teriam adotado, durante um certo período, um estilo de vida semiaquático na costa africana, seja pela necessidade de buscar alimento na água ou de defender-se de predadores.
De qualquer modo, esse fato pode ter influenciado sua evolução, gerando uma subespécie anfíbia, enquanto outros hominídeos mantiveram uma existência puramente terrestre. Embora tenha sido abandonada ao longo dos anos, três estudiosos, os quais foram Max Westenhofer, um ideólogo, Sir Alister Hardy, um biólogo marinho, e Elaine Morgan, uma escritora feminista, estes três se dedicaram a desenvolver essa teoria.
Entre os argumentos que envolvem essa teoria, podemos citar:
- O fato de sermos os únicos primatas que não tem o corpo totalmente recoberto por pelos, uma condição só existente em ambientes aquáticos ou subterrâneos.
- Os humanos são os únicos mamíferos bípedes. Essa transformação não ocorreria facilmente na savana africana, onde evoluíram os primeiros homens. Já na água, o corpo humano tende a manter essa posição.
- A respiração do ser humano é diferente comparada com a de outros mamíferos, já que temos a capacidade de controlá-la voluntariamente. Tal como os mamíferos marinhos, podemos inalar o ar necessário para mergulhar e depois voltar à superfície para respirar.
- Assim como os mamíferos aquáticos, e ao contrário dos terrestres, os humanos possuem uma reserva de gordura que retêm durante todo o ano.
- As lágrimas, a sudorese excessiva e a porção de pele que separa o polegar do dedo indicador sugerem antepassados aquáticos segundo os adeptos da teoria.
- Por último, nossa facilidade de nadar, em comparação à falta de jeito de muitos mamíferos terrestres na água, sugere que evoluímos de seres aquáticos.
Como muitos já perceberam, existem alguns problemas com a teoria já que existem muitos mamíferos aquáticos totalmente peludos, como lontras e castores. Por outro lado, nenhum mamífero aquático é bípede, e o mais importante, em nenhum momento foram encontrados vestígios fósseis que comprovem a existência desses “macacos aquáticos”, ou mais precisamente, das sereias.
Habilidades
- Hipnose - Utiliza-se da Hipnose para atrair marinheiros ao seu encanto.
- Atmokinesis - São capazes de causar ou acalmar tempestades.
- Aerokinesis - Para atingir a Atmokinesis, é necessário desenvolver essa habilidade.
- Hydrokinesis - Para atingir a Atmokinesis, é necessário desenvolver essa habilidade.
Vulnerabilidades
- Efeito Mútuo - Uma maneira de derrotar uma sereia seria cantar melhor do que ela.
Observações
- A expressão "Canto da Sereia" designa algo que tem grande poder de atração em que as pessoas caem sem resistência.
- Algumas Sereias usam técnicas de enigmas para levar homens à armadilhas, essa técnica é bem parecida com a técnica da Esfinge.
- Há algum tempo atrás, o Animal Planet fez renascer com força total o mito envolvendo as sereias com a exibição de um documentário, intitulado como "Mermaids: The Body Found". Neste são mostradas gravações com celulares, reconstituições e cientistas da NOAA dão depoimentos falando sobre suas pesquisas sobre as sereias.
- Infelizmente ao que tudo indica, as sereias não existem, pois até hoje não se tem conhecimento de evidências que possam ser incontestáveis.
- Atualmente, na cultura contemporânea elas frequentemente são associadas ao sexo e a sensualidade.
Fontes de Pesquisa
- https://www.mitologiaonline.com/mitos-lendas-historias/sereias/
- http://www.assombrado.com.br/2017/04/sereias-lenda-fotos-videos-relatos-e.html
- https://www.megacurioso.com.br/bizarro/70376-conheca-as-sereias-de-fiji-e-reveja-seus-conceitos-sobre-criaturas-miticas.htm
- https://sesereias.wordpress.com/2014/09/03/a-historia-real-da-sereia-de-fiji/
Galeria de Art Works
Vídeos
2x31. Sereias (Assombrado)
Conteúdo produzido por Mateus Fornazari
5x45. "Sereias" (Você Sabia?)
Conteúdo produzido pelo canal "Você Sabia?"